quarta-feira, 22 de maio de 2019













                                                        Não posso me lembrar do nome do bar, apenas, de que era um local bem frequentado por nacionais e turistas. Estava com alguns amigos, quando ela chegou com algumas pessoas. Uma comitiva, inclusive crianças. Foi muito louco. Nossos olhos se cruzaram. Em mim, o arrependimento de não ter tido nada com ela. Quantas vezes saímos e não tivemos coragem nem de trocar uns beijos. Que havia entre nós dois? Ela chegava de Londres, mais tarde me dizia e eu lhe dizia que estava praticamente morando em Paris. Seis meses só no Brasil. Depois que o marido morrera, dizia, mudara-se para Londres, mas que passava alguns meses nos países nórdicos a negócio. Invejei sua vida. Sabia que estava melhor do que eu. Aquelas crianças? Sobrinhas e netas. Ela me pediu que a beijasse. Não a beijei com vergonha das crianças. Ela me puxou para si e me beijou ali à vista das crianças. Ela virou-se para a dona do restaurante e pediu que  lhe fornecesse um apartamento. Juro que fiquei envergonhado. Depois só me lembro que eu me dentro dela, ela dentro de mim. Ah. seus olhos eram verdes, tinha um dente montado ligeiramente no outro. Os colegas da faculdade a achavam muito bonita, mas um pouco fria. Quantas noites jogadas fora. Eu não tinha coragem, tu não avançavas.